Como símbolos da memória histórica, as medalhas são também, para quem as coleciona ou as aprecia, um objeto cheio de significado. Nas medalhas, imagens e palavras combinam-se de forma perfeita para nos falar acerca das mulheres de outros tempos, cujas vidas foram celebradas por diferentes gerações de artistas e escultores.
Com a exposição A Mulher na Medalha Portuguesa, inaugurada por ocasião do Dia para a Igualdade de Género da INCM, o Museu Casa da Moeda dá a conhecer ao público um dos núcleos principais da coleção desta instituição, vista sob o prisma de algumas das mulheres que mais se destacaram na história de Portugal. As medalhas são um objeto que conta histórias. As que retratam a mulher dão-nos testemunho da forma como, ao longo dos séculos, se foram criando e recriando as múltiplas faces de Eva, a simbólica Mulher Primordial. Esposas, mães, princesas, rainhas e santas encontram-se representadas nas medalhas que pertencem à coleção do Museu Casa da Moeda e que se encontram aqui reunidas pela primeira vez. As medalhas patentes nesta exposição têm em comum o facto de retratarem mulheres que desempenharam um papel de relevo na história.
As medalhas são um objeto que conta histórias. As que retratam a mulher dão-nos testemunho da forma como, ao longo dos séculos, se foram criando e recriando as múltiplas faces de Eva, a simbólica Mulher Primordial. Esposas, mães, princesas, rainhas e santas encontram-se representadas nas medalhas que pertencem à coleção do Museu Casa da Moeda e que se encontram aqui reunidas pela primeira vez.
As medalhas patentes nesta exposição têm em comum o facto de retratarem mulheres que desempenharam um papel de relevo na história.
Portuguesas umas, estrangeiras outras, algumas foram importantes pela sua condição de esposas e mães, outras pela sua função de princesas e rainhas, outras ainda por serem consideradas santas. Mas o que as torna verdadeiramente singulares é a excecionalidade das suas vidas: na filantropia, na benemerência, no evergetismo.
As medalhas servem-se da arte do retrato para representar a mulher nas suas variadas facetas, quase sempre com feições naturais e muito próximas da realidade. Artistas estrangeiros ou portugueses que trabalharam entre o século XVI e a atualidade, como Jacopo da Trezzo, Leone Leoni, Pastorino de’ Pastorini, George Bower, José Gaspart, Albert Désiré Barre, Pietro Thermignon, Auguste Ferdinand Gérard e Léopold Wiener, ou ainda João de Figueiredo, Francisco de Borja Freire, João da Silva, Raúl Xavier, Cabral Antunes, Irene Vilar, Patrícia Bilé e José Aurélio, transformaram estas medalhas em objetos de fruição estética, ainda que muitas tenham sido produzidas para a comemoração de grandes efemérides públicas: foi o caso da fundação das Igrejas de Santo António, em Mafra, ou do Santíssimo Coração de Jesus, em Lisboa, hoje conhecida como Basílica da Estrela; dos casamentos de D. Catarina e Carlos II de Inglaterra, de D. Maria I e D. Pedro III, de D. Maria Isabel e Fernando VII de Espanha, de D. Estefânia e D. Pedro V, de D. Maria Pia e D. Luís ou de D. Amélia e D. Carlos; ou também da canonização de D. Isabel, rainha santa, pelo papa Urbano VIII.
Outras são a evocação de figuras eminentes da história política do país, como as infantas D. Leonor e D. Beatriz, a imperatriz D. Isabel, a princesa D. Joana, as rainhas D. Luísa, D. Maria I, D. Carlota Joaquina e D. Maria II ou ainda D. Maria Isabel. Outras recordam aquelas que se celebrizaram no mundo das artes, das letras, da música: Leonor de Almeida Portugal, mais conhecida como Marquesa de Alorna, Luísa Todi, Florbela Espanca, Maria Amália Vaz de Carvalho ou Maria Helena Vieira da Silva.
Algumas medalhas foram produzidas na Casa da Moeda e no Arsenal Real do Exército, outras mandadas fazer por instituições de relevo no panorama nacional como a Academia Real das Ciências de Lisboa, a Academia das Belas Artes do Porto ou a Academia Nacional de Belas Artes. Feitas de chumbo, estanho, cobre, bronze, prata e ouro, por vezes também de porcelana, as medalhas recorrem a materiais nobres para evocar nomes ilustres. Matéria e espírito convergem de forma única na representação do que a mulher tem de mais singular.
Valiosas pelo seu elevado sentido estético, estas medalhas comemoram a mulher na sua multidimensionalidade: de rainhas a santas, de protetoras a mecenas das artes, das letras e da cultura.
São, na sua essência, um dos melhores testemunhos da forma como, ao longo dos séculos, a mulher foi sendo representada por diversos artistas e escultores, sob inspiração das suas próprias vidas e realizações.
Com esta exposição, a INCM convida todos os interessados a fruir das suas medalhas e a conhecer, através delas, o tema da Igualdade de Género. A exposição pode ser visitada gratuitamente no edifício-sede da INCM, em Lisboa, ao longo do ano de 2017.